Eu fui… E já voltei!

Nossa, mais de um mês sem escrever por aqui. Mas é que estava tudo tão corrido com os preparativos da viagem e eu aproveitei o tempo que tinha livre para ficar grudada com maridão e Melzinha, daí já sabem, né? O blog foi ficando, ficando e.. Upssss!! Hahaha!

Agora o que interessa (ou não) sobre a viagem que era para ter durado um mês e voltei em uma semana…

Embarquei na noite do dia 05 de junho, com coração apertado e muitas lágrimas nos olhos de ter que me despedir, mas realmente acreditando que mesmo sendo horrível as saudades, a viagem tinha um ótimo objetivo e seria muito legal voltar com essa experiência de vida.

A viagem de ida já foi bem bizarra, apesar de ter conseguido uma poltrona confort plus pela KLM e ter bem mais espaço para as 12 horas que eu passaria em voo, tive a infelicidade de ter um estrangeiro sentado ao meu lado, que tomou várias e depois desmaiou num ronco profundo e muitos peidos. Sim… PEIDOS FEDORENTOS que, para me proteger, mantive meu travesseiro de pescoço cheirosinho no nariz. Ueueueueueueu…

A conexão em Amsterdã foi muito tranquila, o aeroporto é uma graça, com muitas opções saborosas de comidinhas e um pub fantástico para fumar. Resultado dessa hospitalidade, é que fiquei com ainda mais vontade de conhecer aquela cidade. Depois de três horas passeando por ali, voo para Dublin com uma mulher um tanto “larga” do meu lado, que possuía um quadril que não cabia em sua poltrona e ultrapassava seu espaço indo para o meu e lógico, me esmagando (isso porque ela sentou no meio e do outro lado dela não tinha ninguém). Sorte minha que o sono era muito e aproveitei o pouco espaço entre eu e a janela, para  encostar e dormir (lamento não ter roncado e peidado como vingança… Kkkkkk).

Cheguei em Dublin no horário programado e o Fábio estava me esperando para ir comigo até o Campus. Gente, se teve algo fantástico nesta viagem foi o suporte e a atenção que o pessoal da Wice me deu, realmente eu não sei como teria sido se não tivessem eles por lá. Sendo assim se vc está pensando em estudar na Irlanda, fala com eles que realmente vale muito a pena. Principalmente quando as coisas dão errado.

Bom, voltando ao assunto. Cheguei no campus e já tive minha primeira decepção, pois não havia ninguém da acomodação ou do curso de inglês para recepcionar ou dar qualquer informação e eu estava num apartamento sozinha, sem a senha para utilizar a internet da DCU e ainda por cima, com as opções de alimentação fechadas (lembrando que como fui aprender inglês, meu vocabulário é bem reduzido). Lá fui eu testar a primeira vez o suporte da Wice para assuntos aleatórios e o Fábio me informou que ali próximo havia uma loja de conveniência, uma farmácia e uma lanchonete e perguntou se eu iria até lá ou gostaria que ele me levasse até o centro da cidade (muita fofura). Optei por ir ali pertinho e assim conheci as redondezas.

Quando voltei, já havia um estudante francês no outro quarto e foi bem legal ter alguém para conversar (sim, conseguimos nos comunicar em inglês, ele falava melhor que eu e foi bem legal que me ajudou bastante nas formulações corretas das frases). No domingo, fomos até o centro de Dublin e aproveitei para fazer umas comprinhas (mal sabia eu que seriam as únicas. O cartão de crédito agradece!).

Segunda começaram as aulas (e eu que estava com medo de não ter nem o básico, ingressei no meio do pré intermediário… Iupi), também foi o dia que consegui acesso a internet e rolou papear com o Wagner pelo Skype. Apesar da saudade, a vida por lá foi ficando menos difícil, as horas passavam um pouco menos lenta, eu estava me adaptando, adorei a aula e ter o inglês o tempo todo como único idioma, fez uma diferença incrível para colocar em prática o que a Judith tinha me ensinado e eu achava que não tinha aprendido.

Na quarta encontrei arroz, carne, tomate, tempero, maçãs, leite light e consegui preparar a primeira comidinha saudável… Mais uma coisa começando a se encaixar e eu comemorando cada conquista, tanto no idioma quanto na rotina.

Na quinta fui para a aula, tinha um curso extra de gramática a tarde, mas como eu estava muito gripada, resolvei voltar para o quarto e descansar… Então começaram os problemas!

Estava no skype com o Wagner quando meu vizinho de quarto bate na porta do meu quarto. Achei estranho, pensei que ele havia esquecido o cartão dentro do quarto dele (sim, isso aconteceu comigo e sem cartão vc nem entra no seu quarto e nem sai do apartamento… hahaha). Fui ver o que era e ele falou que tinham informado que ele teria que mudar de quarto, sem darem motivos e então veio se despedir. Passou um tempo e surge uma mulher super estressada falando que eu também teria que mudar de quarto, porque eles haviam cometido um erro e que aquele apartamento estava reservado para outros hóspedes. Até aí tudo bem, certo? Afinal, erros acontecem… Mas o que veio depois, foi uma sequencia de cagadas e que me fizeram voltar.

Ela me deu 10 minutos para que eu retirasse minhas coisas do quarto. Siiiiim, isso mesmo, com uma arrumadeira plantada na porta, porque ela precisava entregar o quarto às 15h00, já passavam bem das 14h00 e o apartamento ainda tinha que ser limpo. Oi??? Como assim minha gente? Ainda achei que eu tivesse entendido errado, mas infelizmente para compreensão meu inglês está para lá de razoável e era isso mesmo. DEZ minutos para pegar minhas coisas, pois o meu quarto era outro (apesar do que o que eu estava era igual o da foto quando reservei) e que aquele era mais caro (ahã, ouvi isso também) e mesmo eu tentando ficar ali e pagar a diferença, não rolava porque já estava reservado. Huuuum… E porque não me avisaram com antecedência??

Lá fui eu idiota jogar minhas coisas dentro da mala, porque vejam bem, em 10 minutos não rola arrumar nada, né? Daí peguei minhas coisas (que não eram poucas) e lá fui eu no melhor estilo burro de carga passear pelo campus até a recepção para pegar a chave do meu novo quarto e eis o segundo problema… Eu ainda não tinha um quarto novo!!! Que legal (Sarcasmo total aqui, ok?)!! Felizmente, depois de eu surtar em carregar as malas sei lá para onde, eles foram “bonzinhos” e permitiram que minhas coisas ficassem ali e pediram para que eu retornasse entre 01 e 02 horas para ver se meu quarto já estaria disponível. Quáquáquá!

No melhor momento “senta e chora”, lá fui eu passear no campus e torcer para não ter vontade de ir ao banheiro. Ahhhh, pra quem acha que já estava ruim o suficiente e não poderia ficar pior, esqueci de mencionar que toda essa movimentação de estudantes dos quartos era porque em Dublin está rolando até o final do mês um mega evento gay (pra quem mora em São Paulo, é tipo parada gay, só que com muito mais dias). Agora olha que máximo: a universidade que seria um lugar para ter principalmente estudantes, resolveu virar hotel e espaço de eventos. Então os apartamentos estavam sendo ocupados pelo pessoal que estava super afim de curtir a festa que rola até o fim do mês e não pela galerinha que estava afim de estudar e claro, que sendo um evento gay, eles resolveram não discriminar ninguém e uma das formas que encontraram foi em alterar as plaquinhas dos banheiros femininos para banheiros de quem se sente feminina (female definition), o que fez com que tivesse um mega movimento de mulheres nada femininas e também de homens super femininos e eu um tanto perdida no meio daquilo tudo.

Às 16h e pouco, finalmente me deram o cartão de acesso (uau… e eu achando que iria ficar sem) para meu novo quarto e lá fui eu, com duas malas enormes, duas bolsas e uma sacola de papelão (ainda bem que não era em dia de chuva) super pesada que continha minhas comidinhas compradas num momento feliz do dia anterior. Aquela andada básica pelo campus até chegar no prédio e surpresa!! Porque lambança pouca é bobagem e aquela quinta foi sorteada para as manzelas do ano. Claro que o cartão não funcionou, claro que eu sentei e chorei mais um monte e lógico que eu curti um momento estátua até o Fabio (salva-vidas) da Wice chegar e ir mais três vezes até a recepção, até que um ser de lá resolveu ter a boa vontade de acompanhá-lo e ir descobrir o que estava acontecendo (afinal, muito complicado abrir uma porta com cartão, não é?) e aí que percebeu que a fofinha da recepção, no seu auge de educação e atenção, marcou o apartamento e quarto certo, mas do prédio errado. Agora imaginem se eu tivesse que rodar esse tanto de vezes com minhas malas e ainda ter controle para respirar e pensar em inglês.

Cheguei no meu quarto às 17h00, descobri que além de minúsculo, ainda tinha uma luz queimada e não tinha internet (na verdade tinha, vim descobrir mais tarde, mas quando perguntei para a fofa da recepcionista estressada se tinha wifi, ela me informou que não e esqueceu de informar que a internet era só via cabo)…

Eu já estava entrando num momento pré surto, só faltava a tpm para liberar a psicopata que se esconde em algum lugar em mim. Cansada, gripada, estressada, com mega vontade de fazer xixi, fome e nenhuma vontade de continuar ali. Aproveitei um cantinho (que apelidei carinhosamente de cantinho do castigo) com acesso ao google pela internet do meu celular, consegui o telefone da KLM e remarquei meu voo para o voo mais próximo que poderia ser remarcado, passei as informações pro maridão que já estava quase indo me resgatar naquela maluquice e ele finalizou a alteração do voo e conseguiu um hotel para o dia seguinte. Enquanto ele providenciava mina volta pra casa, eu colocava minhas malas em ordem e ouvia minhas companheiras de apartamento se divertindo horrores no corredor e área comum, super empolgadas com a festa. Ahhhhh, sim, porque além de tudo, eu não estava mais dividindo apartamento com estudantes que estavam ali para aprender inglês e trocarem conhecimento durante o verão Irlandês e sim com o pessoal que tinha ido participar da festa gay e estavam suuuuuuuuper animados e barulhentos (ou barulhentas, acho que eram mulheres, mas não sei se elas se definiam com tal…). Mas tudo bem, né? Afinal, não teriam aula às 9h00 no dia seguinte, mas naquele momento, nem mais eu teria mesmo e pouco me importava. Eu só queria voltar!

Na sexta, teve uma reunião com um diretor do curso de Inglês logo pela manhã. Nunca vi uma pessoa tão constrangida conforme foi sabendo do que tinha acontecido e apesar deles não darem reembolso após inicio do curso, devido as circunstâncias, isto parece que está sendo providenciado. Depois disto peguei minhas coisas e o Fábio (santo Fábio), me levou até o hotel, onde consegui relaxar, aproveitar um bom banho de banheira e esperar ansiosamente pelo dia seguinte, até o horário do meu voo!

Cheguei em São Paulo no domingo… Bom demais estar em casa e estar com o Wagner então, simplesmente maravilhoso.

Agora consigo ser sarcástica com o assunto (até porque já chorei tudo que precisava enquanto estava lá), porque foi tão surreal essas sucessões de erros que parecia uma pegadinha de péssimo gosto. Mas passou e no final das contas, eu com meu jeito Poliana de ser, consigo ver o lado bom (tipo o Wagner me esperando todo feliz no aeroporto) e tirar algumas ótimas lições de tudo que rolou.

Fato que não quero mais fazer intercambio (sair da minha zona de conforto tem um limite, principalmente na questão respeito pelo consumidor e dei uma boa traumatizada). Por outro lado, descobri que passada a vergonha, meu inglês não é tão ruim e consigo sim me virar super bem com ele. Também perdi o medo de falar errado, entendi que é assim que se aprende e não vejo a hora de voltar com minhas aulas por aqui e me dedicar muito mais (para felicidade da minha professora).

No mais, só confirmei o quanto amo minha casa, minha vida, meus amigos, a Melzinha e mais ainda meu marido!! Ahhh… E como não poderia deixar de ser, sou feliz demais da conta, até nas dificuldades, porque a vida é assim… As vezes, coisas chatas acontecem, mas se a gente ama a nossa vida e está tranquila com nossas decisões, essas coisas passam e no final, vira um post gigante, estranho e até um tanto engraçado

Uiiiii, mais um pouco esse post vira livro com direito a capítulos. Hahaha! Mas não estava mais com vontade de falar sobre isso, então melhor um post longo e assunto encerrado!

Acho que é isso? E aí? Não é de rir muito? Ploft!! Kkkkkkkkkk

8 Comments Added

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  1. Zuleica 17 de junho de 2014 | Responder
    Oi Keyla, q bom q vc já está bem!!!!!! A experiência foi tragicômica msm e ainda fora do Brasil. Por outro lado descobriu várias coisas e confirmou outras. Vc foi mto corajosa...... Bjinho
    • Keyla 17 de junho de 2014 | Responder
      Ai Zuleica, agora dá para rir muito e juro que se não fosse comigo, ia pensar que era conto de pescador, de tão estranho, bizarro e tragicômico que foi a tal quinta. Kkkkkkkkkkkk Mas acredito que tudo na vida serve como experiência e aprendizado, sem dizer, qua nada melhor que rir da gente mesmo depois que tudo passa... Olha só, agora tenho mais uma história maluca para contar e não repetir. Afinal, só vive essas coisas quem se permite sair do sofá, deixar de ver a vida pela TV e topa se arriscar, então, só isso já me deixa muito feliz e de nada adianta uma vida sem histórias, maluquices e sorrisos. Bjssss!!
  2. Cami 17 de junho de 2014 | Responder
    Keylinha do céu... eu teria feito o mesmo!!! Que coisa mais bizarra... Mas ainda assim, parabéns pela coragem de ter ido, mesmo com todos os percalços do caminho, viajar é sempre muito bom hehehe Bjoka!
    • Keyla 17 de junho de 2014 | Responder
      Cami, bizarrice pouca é bobagem. Falei pro Wagner que tudo que deu certo na última viagem, deu errado nessa. Mas pela quantidade de doidera, a gente pode viajar tranquilo pelos próximos 05 anos que dá para tirar de letra. Hahahaha!! E no mais, qto mais caos, melhor para aprender o idioma mais rápido. Kkkkkkkkk! Não tem vergonha que sobreviva. bjs
  3. Thania 17 de junho de 2014 | Responder
    Caraca, zica define hein amiga! Mas q porra te colocarem com a galera da parada gay! Eu teria surtado tb e feito a mesma coisa q vc! Sério! Acho q todo mundo ne! Mas pelo menos rendeu-nos uma boa história (tragi)cômica pro blog e pra vida né! Eu, Thania, sempre achei q intercâmbio combinava mais com adolescentes sem muito compromisso com a vida, do q com adultos que tem zilhoes de coisas pra resolver, e pensar, e fazer! Ainda bem q vc voltou firme e forte e pode ver o lado bom disso tudo! Pq no fim, teve um lado bom mesmo! Beijos
    • Keyla 17 de junho de 2014 | Responder
      Ai Than, eu sou de super de boa com esse assunto. Se tivessem 04 gays estudantes no apartamento comigo, super tranquilo. O bizarro não foi com a opção sexual que cada um escolhe, mas de terem misturado num apartamento quem queria estudar e quem estava ali para curtir, beber, comemorar, pirar o cabeção. Na verdade, o grande problema foi a falta de respeito ao pedirem que eu saísse do quarto em 10 minutos, a falta de organização de não terem outro quarto pronto para mim e a falta de paciência em se fazer entender e ser entendido. Isso sim foi um puta erro e que me fez voltar rapidinho pra casa. E sim, intercambio não é minha cara! Tenho conforto demais para me submeter a perrengues desnecessários como esse. Hahahaha! bjs
  4. Vanessa 17 de junho de 2014 | Responder
    Nossa, amiga! Que horror! Que bom que você está de volta :) bjao
    • Keyla 19 de junho de 2014 | Responder
      Sim, Van!! Estar de volta é bom demais! Ter ido foi legal, mas voltar... Foi um tudo!! :) bjsss!

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